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Quando uma cidade, é cidade!

flor lantana cambaratiba

Uma breve história sobre Cambaratiba e das famílias que construíram e continuam construindo sua história.

Trocava prosa com uma advogada, num questionamento de quando uma cidade, tornava-se cidade, ou uma vila, vila. A conversa era séria e envolvia questões a serem resolvidas. Disse eu: tem igreja e praça? É cidade. Claro que não é simples assim. Mas, para a finalidade, foi o começo para dar certo, alguns assuntos, que eram objeto da conversa.

Ludwig Joseph Johann Wittgenstein, filósofo austríaco, tinha algumas colocações, que me levam sempre a refletir, quando podemos dizer que uma cidade é verdadeiramente uma cidade. Escreveu Wittgenstein:

– “A partir de quantas casas ou ruas uma cidade começa a ser cidade”. 

– “Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar”.

– “Está na moda enfatizar os horrores da guerra. Eu não a acho assim tão horrorosa. A guerra é tão horrível quanto coisas que acontecem ao nosso redor todos os dias, se ao menos temos olhos para vê-las”.

Uma cidade, começa a ser cidade, não por conta de suas casas, ruas, igrejas, praças, escolas… Uma cidade começa a ser realmente uma cidade quando sua gente tem o sentimento de solidariedade, de fraternidade, de cooperação mútua, de civilidade, de cuidar do seu próprio umbigo e ajudar aos demais concidadãos. Não importa o tanto de ruas, nem de casas. Respeitar as diversidades, cooperar, ao invés de tentar destruir, a qualquer preço, por qualquer motivo, um alvo ou alguns alvos. 

Vivemos neste ano de 2022, momentos muito ruins, tristes, lamentáveis, inimagináveis, no campo político, fazendo com que o Brasil, ficasse dividido, como se não fossemos uma nação fraterna. 

Não podemos dividir nossa cidade, de forma alguma, por conta da política. A política municipal é em 2024. Candidatas e candidatos, esperem a hora da partida. Não queimem a largada. A política é como nuvem. Você olha para o céu está o chamado “céu de brigadeiro”; daí à pouco o tempo fecha e não é mais possível voar, nem navegar. E, “navegar é preciso”… 

Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)

Minha Ibitinga não é terra de brigas políticas fraticidas, nem vai derramar as lágrimas para se tornar um mar. Já foi no passado, que ficou longe e, tentar retornar a esse terreno, é algo que não fará bem para o nosso desenvolvimento, nem para nossa gente trabalhadora.

Somos uma cidade singular. Aqui não há, de forma alguma, qualquer tipo de misoginia (ódio ou aversão às mulheres). Ao contrário, hoje (Dezembro de 2022), temos uma Prefeita Municipal, com um secretariado fortemente feminino. Uma Câmara Municipal com três vereadoras e as servidoras, também, com maioria feminina. 

Ibitinga, brinco eu, é terra das “Cristinas”. “Cristina” Maria Kalil Arantes – Prefeita. Daniela “Cristina” Souza Branco de Rosa, Presidente da Casa Legislativa. 

Ibitinga a maioria da população, é de mulheres e, diga-se para não deixar passar, mulheres fortes, trabalhadeiras, lutadoras, que tem força na economia e na política local. 

Com esse espírito feminista, uma sociedade mais matriarcal, elegemos na política essas mulheres.

Aqui peço licença a você, que lê a matéria (se é que alguém lê), para falar um pouco da Cristina Arantes, essa mulher valente, que conheço desde seus avós Joanna Mendonça Tagliatella e João Tagliagella, seus pais Tofi Kalil Jacob (Lordy) e Lúcia Kalil Jacob. Conheci, também, todos os seus irmãos e fui colega de classe dela e do Kalil (Leão), que partiu dessa para outra, muito jovem.

Joanna e João Tagliatella eram vizinhos dos meus pais, em Cambaratiba, terra que tenho o maior carinho e onde vivi dias muitos felizes. Conheço a família tem mais de seis décadas e mais um pouco. 

Cambaratiba é um distrito (nem vila, nem cidade), mas, sempre se vive com amor. Hoje tem internet, celular, mas a população, diminuiu. Uma pena. Você não sabe, certamente, Cambaratiba, é oriundo do tupi antigo kamaratyba, que significa “ajuntamento de camarás” (kamará, “camará”+ tyba, “ajuntamento”). “Camarás” ou “A Lantana câmara”, conhecida popularmente como camará, cambará, é um arbusto ornamental. Lindo, é o ajuntamento desse arbusto (foto), é que fez aquela terra ser tão linda, quase às margens do Tietê.

Bem o Tofizão, pai de Cristina, brabo que era, não a deixava namorar, já na idade dos namoricos da adolescência. Aparece o “Bigode”, vindo de São Paulo, da mesma idade, mas, com um “Bigode” maior que o do “Lordy”. Ia dar ruim. Sobe e desce a Anchieta. Era longe do centro, da Praça Rui Barbosa, do Marabá, depois da Lanchonete do Baladi. Marco Bigode, filho de Licínio Arantes e Marly Arantes, pessoas com quem convivi, admiro e tenho no coração.

Cristina e Marco, Leila e eu, nos tornamos grandes amigos, amizade que perdura intacta. Somos quatro vezes compadres e comadres. Não é coisa de dias ou de horas. Nem de anos. Mede-se isso em décadas. 

Podemos divergir de algumas atitudes, uns dos outros, mas, jamais faltamos com o respeito aos amigos, ao compadre e comadre, menos ainda a Prefeita e, nesse caso, mantemos a ritualística do cargo.

Rasgar elogios às suas Administrações é ser piegas, um ridículo sentimentalista. A história é sempre a maior senhora da razão e, tanto quanto dos Prefeitos que passaram, como a atual mandatária, irão escrever, que Ibitinga é lugar de administração séria, competente, honesta. Está sujeita a críticas? Claro que sim, mas, dentro dos limites da boa civilidade; a civilidade que merece quem o Povo elegeu, como a civilidade com as mulheres.

Uma cidade é cidade, quando nos respeitamos, uns aos outros; uma cidade que precisa de união e paz, para poder crescer, empreender, ter políticas públicas fortes.

Uma cidade que não há o “ajuntamento de camarás”, como no meu Cambaratiba, está fadada a maledicência a ações ou hábito de dizer mal dos outros; difamar, detratar e maldizer.

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