Revista FOCO - Logotipo

No coração da cidade nosso maior símbolo

Nestes dias em que comemoramos os 128 anos de emancipação político-administrativa de Ibitinga e brevemente o dia de seu padroeiro, mais uma vez a imagem que mais aparece como símbolo maior de nossa cidade, presente na grande maioria das mensagens e cartões, e isso ocorre há mais de 100 anos, é a imagem da Matriz do Bom Jesus.

Igreja imponente, entretanto bastante descaracterizada, projeto do grande arquiteto e artista Rosalbino Tucci, italiano de origem, que desde o início dos anos de 1890 se radicou em Ibitinga, contribuindo consideravelmente para o desenvolvimento da cultura, da arte e particularmente da arquitetura, tanto ibitinguense como regional.

A Matriz, conta a história, teve sua pedra fundamental lançada em 06 de agosto de 1891, quando “Zé Gouveia”, ainda criança, um dos mais antigos ibitinguenses, aqui nascido em 1884 e seu irmão Venancio trouxeram a pedra para o início da construção da nova Matriz, como era chamada na época, em um carrinho puxado por seis carneiros, a mando de seu pai, José Francisco de Oliveira, da chácara de Janjão Lopes, seu tio, conforme relatado pelo próprio Zé Gouveia na revista: IBITINGA – sua gente, suas coisas. Edição de “O Comércio”, 1971.

Foi lançada então simbolicamente a “pedra angular” para a construção de um novo templo católico, a fim de abrigar a imagem do Bom Jesus, trazida do Forte de Itapura e que desde 1866 encontrava-se no altar principal da capela feita pelos Landim, no Largo do Jardim Velho.

Capela essa que estava deteriorada, além da necessidade de se construir um templo maior, mais para o alto da cidade, propiciando o desenvolvimento daquela parte da Villa, como então eram designadas as cidades e de onde se pudesse observar sua entrada, que era a conhecida saída para São João das Três Barras (Tabatinga) e para Matão e Araraquara.

Além de ser praxe, na época, construir as Matrizes em uma elevação, para facilitar sua visualização, bem como simbolicamente abençoarem e protegerem toda a cidade, tradição que vinha desde as antigas Freguesias portuguesas.

Porém a construção de fato da nova Matriz demorou a se iniciar, sendo necessário haver arrecadação de fundos entre os paroquianos. Desse modo foi, sem dúvida, o empenho dos ibitinguenses e campanhas realizadas por associações da época que propiciaram a arrecadação suficiente para a consecução da obra, até a sua inauguração em 20 de janeiro de 1914, sob a
presidência do pároco, Padre Nicolau Giudice; uma vez que desde 1908 arrastava-se a construção, com paradas e reinícios.

Assim, desde 1914, Ibitinga tem um belo e imponente Templo Católico, que, apesar de todas as alterações sofridas, continua sendo o símbolo maior de nossa cidade e que, conjuntamente com o jardim da praça defronte (Praça Rui Barbosa), outra obra de Rosalbino Tucci, constituem um único conjunto arquitetônico, idealizado e projetado por um arquiteto, artista, mas também o promotor de nossa primeira Loja Maçônica, instalada em 1899.

Em suas obras, Rosalbino deixou marcas e características simbólicas de seu conhecimento e de sua filosofia, as quais também podem ser reconhecidas no projeto e na construção da Matriz do Bom Jesus e da Praça Rui Barbosa, que, mais do que nunca, nos dias atuais, requerem todo o cuidado e preservação, a fim de que este símbolo maior possa continuar causando admiração, curiosidade e encanto em todos, em especial às próximas gerações.

Referências:
ANNIBAL – Uma Biografia. Marisa Villela, Londrina, Ed. KAN, 2017
Revista – IBITINGA – sua gente, suas coisas. Edição de “O Comércio”, 1971
Arquivo pessoal

Compartilhe

Comente com seu Facebook

Clique aqui e garanta seu desconto para anunciar

Você pode ganhar até 25% de Desconto para Anunciar!

Durante o estado de calamidade estamos oferecendo desconto especial para anunciantes que fizerem seus contratos de forma digital. Clique no botão abaixo para que nossa equipe entre em contato com você.
Preencher formulário

Receba as matérias por email

Preencha corretamente os campos abaixo

Quem viu, também viu...

Maria Jovita Braga Ocon 01
Crônica
Revista FOCO

Uma história digna de ser contada

Inegavelmente uma batalhadora, Maria Jovita Braga Ocon completou 101 anos de vida em 2022 Imagine você, atravessar o tempo e o espaço, acompanhando um século

flor lantana cambaratiba
Crônica
José Luiz Martineli Aranas

Quando uma cidade, é cidade!

Uma breve história sobre Cambaratiba e das famílias que construíram e continuam construindo sua história. Trocava prosa com uma advogada, num questionamento de quando uma